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Qobuz Entrevista Laurie Anderson: “Amelia Earhart is my hero”

Em uma conversa esclarecedora, a artista de Chicago compartilha sua visão do futuro e conta a história de ‘Amelia’, seu décimo álbum dedicado à aviadora Amelia Earhart.

Laurie Anderson

“Fazer o que eu não sei fazer é o que mais me inspira”, diz ela com um largo sorriso. Laurie Anderson, artista multimídia e pioneira da música eletrônica, sempre se destacou, muitas vezes abrindo novos caminhos. Como a primeira artista residente da NASA e uma inventora fascinada por ciência e inteligência artificial, Anderson dedicou mais de meio século a explorar os pontos cegos da existência, fundindo arte e tecnologia de maneira impecável. Aos 77 anos, sua idade não diminuiu seu entusiasmo; ela continua a explorar o desconhecido com o mesmo ardor inabalável.

Ela fala sobre seu décimo álbum, que revisita “Amelia”, uma peça orquestral que estreou em 2000 no Carnegie Hall, em Nova York. Durante a pandemia, ela reformulou a composição para dar mais destaque às cordas. Esta terceira versão, mixada no estúdio Miraval em estreita colaboração com Damien Quintard, possui a grandiosidade de uma trilha sonora cinematográfica. “Para o álbum, comecei com a orquestra e depois acrescentei a parte do baixo com os motores, as linhas de baixo e os sons profundos”, explica ela com entusiasmo. As 22 faixas reconstituem o último voo da lendária Amelia Earhart, desde a decolagem na Califórnia até o acidente e além. Você ouve tudo, você vê tudo.

A história da aviadora americana Amelia Earhart, que desapareceu no mar em 2 de julho de 1937 durante sua tentativa de circunavegar o globo, fascina profundamente Laurie Anderson. No entanto, no disco Amelia, não é o destino trágico que Anderson busca retratar, mas sim a liberdade de Earhart e sua determinação em empoderar mulheres através da engenharia.

Laurie Anderson não teme a morte. Em vez disso, seu novo projeto, ARK: United States Part 5, que estreará em Manchester neste novembro, concentra-se na passagem do tempo e na sensação coletiva de que já é tarde demais para salvar o planeta. Apesar de estar mais cética do que nunca em relação à inteligência artificial, Anderson permanece “otimista sem motivo”.