Os discos imperdíveis de Setembro 2024

ROCK

O trio de South London, Honeyglaze, mistura rock, punk e pop para criar uma paisagem sonora perfeita para letras reflexivas e diretas em seu segundo álbum premiado com Qobuzissime, Real Deal. Acompanhado por seus amigos mascarados de Luchador, Los Straitjackets, Nick Lowe lança Indoor Safari, seu primeiro novo álbum em uma década. O sempre elegante inglês continua a envelhecer com carisma e compreensão. Bob Dylan and the Band se reuniram oito anos após sua primeira turnê elétrica, e a turnê de dois meses de 1974 (idealizada por David Geffen) é documentada neste conjunto massivo de 27 discos. Os streamers podem ouvir uma amostra com 20 faixas, mas será necessário comprar os downloads para ouvir todas as mais de 400 faixas inéditas. Embora o Galaxie 500 tenha tido uma curta duração, o trio de Nova York, via Cambridge, Massachusetts, criou um som sonhador e deliberadamente lento, que continua a influenciar. Uncollected Noise New York ‘88-’90 é um excelente complemento para seus três álbuns e o primeiro de sua música a ser lançado em alta resolução.

JAZZ

A segunda obra completa da antiga vencedora do Qobuzissime, Nubya Garcia, como líder de banda, Odyssey, é exatamente como o título sugere: uma jornada ao coração de vários gêneros liderada por um elenco estelar de músicos. Endlessness, de Nala Sinephro, aprofunda o som que ela consolidou em sua estreia: uma mistura impressionante de jazz, ambiente e reflexão pacífica. Não parece ser um ano adequado de jazz sem a inclusão de Bremer/McCoy, cujo Kosmos está repleto de momentos incríveis e relaxantes. Como Yai, John Thayer e David Lacker surpreendem com as paisagens sonoras de Sky Time — compostas principalmente por sopros e sons da natureza — levando você ao vazio, sem intenção de trazê-lo de volta. As harmonias texturais de Wendy Eisenberg em Viewfinder — que abrangem pós-rock, bebop e free jazz, entre outros sons — são interessantes o suficiente para merecer uma nova audição, mas também fluem tão bem que você nunca quer que a música pare de progredir. The Cry!, uma mistura recém-remasterizada de bebop e free jazz do Prince Lasha Quintet com Sonny Simmons, faz uma pergunta importante: Um álbum gravado em 1962 pode ser o disco de jazz do ano em 2024?

POP

A experiência de quase-morte de Allegra Krieger está documentada em Art of the Unseen Infinity Machine — que pode ser seu melhor álbum até agora — e enriquece um já extenso catálogo de canções reflexivas de folk e rock. A contribuição dos 10,000 Maniacs para a série Unplugged da MTV recebe uma nova versão expandida. A vocalista Natalie Merchant deixaria o grupo logo após a gravação, e essa coleção remasterizada em alta resolução é o encerramento perfeito daquele capítulo da banda. A cantora britânica Nilüfer Yanya navega com confiança por uma variedade de estilos em seu terceiro álbum, My Method Actor, com sua voz fria e cativante liderando o caminho. O canto profundo de Hataałii contrasta de forma atraente com a música leve e descontraída em seu álbum solo, Waiting For A Sign. A maestria dos Tindersticks em criar uma atmosfera é evidente em seu décimo quarto álbum, Soft Tissue, cheio de músicas sofisticadas, envoltas em pop e soul luxuosos.

MÚSICA ELETRÔNICA

Sob a direção cuidadosa de seu irmão, somos presenteados com SOPHIE, o segundo álbum póstumo de Sophie, a inovadora produtora de eletro-pop que morreu tragicamente aos 34 anos, em 2021. Windswept, a bela homenagem de Photay às várias formas como o vento afeta nossas vidas — e vice-versa — prova que ele domina o gênero experimental de música ambiente. A colaboração entre Rrose e Polygonia para criar Dermatology, um álbum experimental de música dançante, já seria algo incrível por si só, mas o fato de superar expectativas torna-nos ouvintes extremamente sortudos. Sad Girl, de TSHA, é um nome inadequado, já que essas faixas de DJ alegres e pop são um convite para sair de nossas cabeças e entrar em seus grooves vibrantes. O herói LGBTQ de São Francisco, Sylvester, foi homenageado durante seu show ao vivo no War Memorial Opera House, em 1979, e agora a performance está disponível na íntegra e em alta resolução.

MÚSICA CLÁSSICA

Fantasia, de Magdalena Hoffmann, explora o tema da imaginação com um programa totalmente barroco em seu segundo álbum. O álbum de estreia em uma grande gravadora de Erland Cooper, Carve the Runes Then Be Content With Silence, emerge lindamente de seu sepultamento nas Ilhas Orkney, onde a natureza desempenhou seu papel antes que a música fosse desenterrada três anos depois. Com Nightfall, o grupo Voces8 apresenta uma coleção diversificada de arranjos corais contemporâneos, abrangendo vários gêneros, centrados no tema do sono. A violinista barroca (e vencedora do prêmio Qobuzissime) Sophie de Bardonnèche homenageia compositoras históricas em seu álbum de estreia Destinées. O pianista turco Fazil Say oferece um recital solo de obras de Couperin, Debussy e Ravel em Oiseaux tristes. Couperin, Debussy & Ravel, enquanto In a Landscape, de Max Richter, revisita temas de seu icônico segundo álbum de 2004, The Blue Notebooks, continuando seus sons melancólicos e minimalistas.

OUTROS FAVORITOS

MJ Lenderman eleva sua composição reflexiva e realista com canções country-folk bem produzidas e desleixadas em Manning Fireworks, resultando em mais uma conquista notável. A artista afro-futurista Lollise, do Brooklyn (vinda de Botswana), transita por gêneros, mas nunca se afasta dos ritmos africanos em I Hit the Water. O percussionista australiano Laurence Pike continua sua sequência de incríveis projetos solo de jazz ambiente com The Undreamt-of Centre. Glass House, de Patrick Shiroishi, oferece um pouco de tudo, incluindo o saxofone pelo qual ele é mais conhecido, enquanto cria narrativas instrumentais. A exuberância de HYPER GAL — evidente nos sintetizadores e tambores repetitivos e vocais exagerados de After Image — pode não impressionar a todos, mas a completa e absoluta alegria que permeia a obra deveria.